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quarta-feira, 2 de junho de 2010

A prostituição do produto "Esporte"

Olá Pessoal,
Todo início de ano o cenário tem se repetido, os clubes com ampla dificuldade de trabalhar com base em planejamentos de longo prazo começam a temporada com o objetivo de gerar receitas de curto prazo e isso é prioridade zero! No entanto, isso não é nenhuma novidade e muito menos motivo de surpresa, mas o que surpreende é o posicionamento das empresas de gestão e marketing esportivo que aproveitam essa oferta para atender a uma demanda da iniciativa privada sedenta por visibilidade e como consequência surgem os famosos patrocínios de oportunidade.
Tal prática se acentua principalmente em jogos de pequenos clubes contra os midiáticos que fazem parte do G4 e terão seus jogos televisionados em tv aberta. O que se discute é qual a vantagem de uma organização em se aproveitar do contexto de oportunidades pontuais e a resposta é simples, NADA MAIS DO QUE APENAS VISIBILIDADE!
Mesmo que de maneira empírica pode-se afirmar que se as empresas que intermediam tais patrocínios direcionassem parte da receita gerada pelo contrato em aplicação de controle constatariam que seu "cliente" não obteve ganhos em lembrança de marca, em vendas, não penetrou em mercados nos quais ainda não atua, não estreitou relacionamentos com seus stakeholders, mas, por outro lado apareceu na Globo né?
A dúvida é, será que os empresários que intermediam tais oportunidades tem notoriedade das implicações de longo prazo? Com certeza seu cliente ficará satisfeito com a visibilidade, mas também é certo que ao verificar que o retorno em outras variáveis não foi o desejado e interpretará que o Esporte nada mais é do que mais uma mídia que catalisa visibilidade e massageia o ego de gerentes e diretores de marketing que comumente dizem "Você viu que nossa marca estava no jogo do Corinthians?"
Não resta dúvida que esta prática imediatista, porém muito rentável para as empresas que conduzem as negociações, pois a remuneração de success fee pode variar de 10 a 20% do valor acertado, está a prostituir o principal produto da gestão e marketing esportivo, ou seja, o próprio Esporte.
Um trabalho de planejamento consistente e integrado renderá melhores frutos financeiros e garantirá receitas com base em contratos longitudinais, logo, fica evidente que o "oportunismo" não viabilizará um crecimento sustentável dessas empresas.
Agora cabe a nós gestores decidir entre altíssima rentabilidade e trabalho fácil ou rentabilidade estável e trabalho árduo.
Forte Abs

2 comentários:

  1. Lucas, eu entendo seu ponto de vista, mas ao mesmo tempo não vejo clubes e classes esportivas sem incentivo de outra maneira. As agencias de marketing esportivo visam o lucro em uma oportunidade. É claro que existem os oportunistas, que esquecem do esporte por dinheiro. Porém a única maneira de grandes marcas entrarem no esporte, que eu vejo, é através de agencias e pessoas que intermediam isso. O que seria um sonho é que essas empresas se interessassem pelo esporte como mais uma forma de comunicação e não pq o diretor ou o presidente gostam de futebol (curtem o Robinho), de automobilismo (amam carro) ou jogam tênis. Entende a diferença? temos um belo objeto de trabalho. o Esporte move pessoas, sentimentos. Ai sim tudo seria melhor.

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  2. Andrea,

    Obrigado pela contribuição e concordo com alguns de seus argumentos. No entanto, ao meu ver, obviamente que de maneira simplista, assim como acontece na relação Estado e Iniciativa Privada no qual em muitos casos a segunda assume o papel do primeiro através de incentivos fiscais entre outros. Cabe as agências e seus clientes a árdua tarefa de "educar" as entidades esportivas sobre o valor de seu produto como negócio.
    As agências tem papel fundamental na inserção de grandes marcas no Esporte, mas reforço a importância de conduzir o processo de maneira integrada e orientada para resultados e não apenas como um modismo e/ou afinidade dos gestores com determinada modalidade.
    A reflexão que proponho é no diz respeito ao ciclo de vida desse modelo de negócio, pois dependendo do trabalho conduzido pela agência a experiência do seu cliente no Esporte será negativa e probabilidade de manter o investimento será reduzida.
    De fato acredito que esse tipo de investimento não contribui com todos intervenientes envolvidos na cadeia de valor do Esporte, logo os benefícios não serão compartilhados e não terão longevidade.

    Beijos

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