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quinta-feira, 24 de junho de 2010

E se o futebol emplacar nos Estados Unidos da América?

Olá Pessoal,
O post de hoje é uma participação especial direto de Lisboa- Portugal. O autor do artigo é Luiz Otávio Andreatta graduado em Esporte pela Universidade Estadual de Londrina e atualmente está a cursar o mestrado em Gestão do Desporto na Faculdade de Motricidade Humana - UTL.
Mais uma vez agradeço a colaboração do colega e abro espaço para todos que queiram contribuir e para isso peço que enviem para lucas.bueno@touchsports.com.br.
Forte Abs

A dramática classificação dos Estados Unidos, com gol nos minutos finais, em primeiro lugar e invicto em que tem a Inglaterra me faz refletir sobre o assunto futebol na terra do tio sam. E se o futebol emplaca por lá?

Durante muito tempo os Estados Unidos tinham uma seleção nacional que era um verdadeiro saco de pancadas para latino-americanos, europeus e até algumas seleções de centros de menor expressão. Isso muito se deve à pouca tradição da modalidade, tradicionalmente europeia, dentro do país.

É clara a preferência dos estadunidenses pelos esportes criados ou adaptados por eles, como o baseball, basquete e o futebol americano. Esportes de contato, com muitos intervalos técnicos e comerciais. Verdadeiros eventos esportivos e comerciais. Já o futebol, esporte que pune o contato físico, que não possui intervalos comerciais, que não adere à arbitragem eletronico ficou relegado a categoria feminina, de menor expressão mundial comparada a masculina (sem querer entrar nos méritos do futebol feminino).

Porém esse cenário está mudando na terra do Tio Sam, e cada vez a passos mais rápidos. Podemos verificar isso com os fatos importantes que marcam o futebol por lá. 3º colocado na copa de 1930, só foi se destacar novamente no futebol 20 anos depois, com um vitória sobre a Inglaterra na Copa de 50. Nos anos 70, a contratação de astros para a sua Liga Nacional, como Pelé e Beckenbauer aumentaram a popularidade do esporte, que sofreu um baque nos anos 80, com um “boicote politico” da FIFA na tentativa americana de sediar a copa de 86 (no lugar da Colômbia que passou por problemas económicos), sediada pelo México. Em 94 a realização da Copa do Mundo, primeira organizada 100% com dinheiro da iniciativa privada e que detém recordes de público até hoje. Neste novo século, atletas disputando ligas fortes da Europa, uma liga nacional mais forte e consolidada, segundo lugar na copa das confederações de 2009, classificação em primeiro lugar do grupo e recordes de audiência mostram que o cenário está mudando rapidamente. Inclusive a Nike, empresa americana, passou a alemã Adidas e é atual líder no mercado do futebol.

Os atuais recordes de audiência, que superaram a final da NBA e a eleição de Obama, são impulsionados pelos imigrantes mexicanos. Mas o crescimento é tão impactante que já se nota resistências em programas de televisão e até na política americana. Na NBC, um programa faz piadas sobre as regras da modalidade e tenta justificar porque a ‘América’ odeia futebol. Políticos da direita afirmam que o futebol e a politica de Obama só são apreciados pelo resto do mundo.

A verdade é que o futebol cresce dentro do país e isso é reflexo na classificação hollywoodiana da equipe na África do Sul.

Com o futebol emplacando nos Estados Unidos, podemos considerar uma grande ameaça para as demais seleções nacionais, já que podemos observar o poder de organização esportiva nas demais modalidades e seus resultados. Foram quem primeiro organizou uma Copa do mundo com 100% do dinheiro da iniciativa privada (o que poderia servir de exemplo para o Brasil), obtendo recordes de público, mesmo quando o futebol era “renegado” e jogado em estádios sem cobertura num calor de 35º. Sabem organizar evento como nenhum outro povo e já postulam a organização da Copa de 2018 ou 2022.

Os Estados Unidos, mesmo com a atual crise, têm estrutura (estádios de primeira, transporte, know how em eventos desportivos), recursos financeiros (empresa líder no mercado do futebol- Nike, empresas patrocinadoras da FIFA – Coca-Cola, McDonalds - e muitas outras) e mercado (uma população de mais de 300 milhões apaixonados por esportes e eventos esportivos) para uma liga forte, que possa concorrer com as ligas europeias em um futuro breve. Resta saber se a FIFA vai saber lidar com essa situação e entrar em um mercado dominado pelo baseball, basquete e futebol americano, principais resistências ao futebol na terra do Tio Sam.

Na minha opinião, quero mais que o futebol emplaque por lá também, só o futebol tem a ganhar (e também quem souber entrar no negócio).

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