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quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Grandes agências iniciam investimentos no Brasil, será o fim dos pequenos players?

Olá Pessoal,

Ontem li no portal Máquina do Esporte a notícia com o seguinte título “Eventos esportivos impulsionam agências no Brasil” (veja mais no link http://www.maquinadoesporte.com.br/i/noticias/marketing/17/17369/Eventos-esportivos-impulsionam-agencias-no-Brasil/index.php) e durante as 12 horas seguintes não parei de pensar e refletir sobre o assunto, afinal, como um dos sócios de uma pequena consultoria de gestão de marcas no esporte, por alguns instantes, fiquei bastante preocupado sobre as possíveis consequências para os negócios de minha organização.

Todos sabemos que o cenário não poderia ser mais favorável já que nós, Brasil, seremos sede dos dois principais eventos esportivos do mundo e os mesmos direcionam outros grandes eventos para o país sede. Além disso, as empresas perceberam que o Esporte pode sim gerar vantagens competitivas para seus negócios, as entidades/instituições esportivas estão acordando para necessidade latente de profissionalização, profissionais estão se qualificando, etc, etc, etc.

Esse contexto está tão evidente que investidores de diversos segmentos começam a apostar no marketing esportivo para aumentar suas receitas, a própria notícia informa: Ronaldo, Nizan e muitos outros, isso sem contar a entrada de grandes players mundiais do segmento. Por isso fica a questão? Como as pequenas e médias empresas deste mercado conseguirão manter competitividade sem ser engolidas pelos gigantes concorrentes?

Particularmente, quando decidimos seguir em frente com a start up Touch Sports avaliamos todos esses riscos e aos poucos temos tentado desenvolver uma metodologia de trabalho pautada em uma política de ganha-ganha para manter um crescimento sustentável, bem como ganhar competitividade. O fato é que os players nanicos insistem na manutenção de posicionamento por nós chamado de “faz tudo”, pois ,mesmo pequenos, disseminam a idéia de que possuem expertise para cuidar desde ativação de patrocínios, gestão de carreiras, gestão de organizações, realização e promoção de eventos a negociações internacionais, ou seja, mais uma vez deixo a crítica- o mercado prostituindo o mercado!

A grande pergunta reside no ponto de como empresas, muitas vezes compostas por equipes de no máximo 8 pessoas, possuem tanta experiência e know how. Nesse sentido, nossos esforços tem se concentrado em, além de prospectar e atender clientes, conscientizar nossos pares sobre a possibilidade de juntos ganharmos mercado e minimizar os efeitos da entrada de grandes players, já que impedir é impossível, pois estes possuem carteiras de clientes consolidadas, ampla rede de contatos e capital para investimentos enormes.

Nosso speech vislumbra basicamente três estratégias: clusterização de competências complementares, joint-ventures e até mesmo fusões. Alguns argumentam que é loucura, pois seria complicado gerenciar egos, compartilhar despesas, riscos e ganhos, mas não é assim que pensamos. Os próximos anos o mercado terá espaço para todos, mas, inevitávelmente, assim como tem ocorrido no varejo e indústria o mercado tende a se consolidar, principalmente nos anos pós 2016.

Além disso, uma estratégia alternativa seria a “venda” dos expertises para esses grandes players, afinal os mesmos precisarão conhecer as especificidades geográficas, políticas, culturais, sociais, blábláblá. Com esse discurso deixo a reflexão para todos intervenientes desta cadeia: Jogar junto ou sair de campo?


Abs a todos

3 comentários:

  1. Prezado Lucas, concordo plenamente com o teu pensamento e estratégia. Ainda não li o artigo que vc comentou, mas havia conversado com o Erich Beting semana passada e ele falou sobre essa "invasão" dos grandes... Vejo que em todas as áreas, em especial no direito e no Mkt Esportivo o faz tudo virou lugar comum, o que é altamente danoso para o mercado dos bons e maus profissionais. União complementar dos pequenos ou venda do negócio ou da expertise para os grandes parecem ser as saídas mais inteligentes. Marcelo Kern/RS

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  2. Marcelo,

    Não existe outra alternativa e a analogia feita com o Direito foi perfeita, pois é exatamente isso que acontece com o mercado de marketing esportivo.
    O desafio hoje é demonstrar isso para os pequenos players e só existe um trade off neste caso: Ganhar muito dinheiro no curto prazo ou ganhar dinheiro por muito tempo?

    Abs

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  3. Teremos que ver, também, o pós deste boom econômico para o Esporte. Estes grandes eventos vão deixar um legado tão favorável para estas "grandes" agências continuarem explorando o mercado esportivo brasileiro. Teremos o conhecimento, a infra estrutura favorável e a mudança de cultura do povo brasileiro para continuarmos explorando o Esporte?
    Eu acho muito danoso este cenário para o nosso futuro, já que vemos nações evoluidas como os E.U.A onde um campeonato tão forte como a NBA já não consegue lotar os Ginásios e está buscando alternativas de explorar o espetáculo levando para outros países.
    Ainda temos muito que evoluir, estamos atrasados neste processo de Olimpíadas e Copa do Mundo, há este grande problema de agências "faz tudo", mas na minha opinião estas NOVAS Grande agências iram explorar o nosso potencial e quando acabar estes eventos e grande parte das agências já existentes terem falido, elas vão embora sem acrescentar conhecimento e desenvolvimento pro Esporte Nacional.
    O Governo deveria intervir com mais ênfase, trazendo especialistas e principalmente o responsável brasileiro que trabalhou na Copa da Alemanha de 2006 para treinamento do pessoal aqui no Brasil e, também, enviar pessoal para experiências em grandes Centros Esportivos fora do país

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